quarta-feira, junho 27, 2012

[…] Um dia, porém, antes de acordar, pensei na minha vida duas vezes. Quando era menor, arranquei duas folhas de árvores do quintal e dei à minha mãe. Perguntei qual ela preferia, uma verde, aparentemente normal, ou uma folha grená diferente, que era comprida e lisa. Ela escolheu a segunda, aí perguntei o motivo. Ela me disse que folhas verdes ela poderia encontrar em qualquer lugar, e, já as folhas grenás, eram produzidas apenas em poucas espécies de plantas, eram mais raras. Pensei nisso ainda deitado na cama, olhando para o teto e notei que eu era uma folha verde simples e normal, de uma árvore qualquer. Pela segunda vez, pensei de novo na situação das folhas. Naquele dia, retornei até as duas árvores de onde arranquei a dupla de folhas e fiquei as observando. A árvore verde e normal, porém, me chamou a atenção. Entre seus galhos retorcidos e suas folhas que se mostravam normais, havia um ninho de pássaros. Aí fiquei feliz de novo. Não era a cor das folhas que me chamava atenção naquela árvore, e sim uma coisa mais significativa. Então levantei da cama, como uma árvore normal, e esperei que os pássaros me encontrassem.

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